PORQUÊ

Há em mim um desassossego permanente.

Não questiono a vida, pergunto porquê as saudades, a melancolia, o disparatadamente feliz pelo chegar das estações, a loucura do amor nos sorrisos, nos beijos, no olhar que se troca como presentes ávidos, a fome da alma, o sal que as palavras condimentam no rasgar do silêncio ou na chicotada da ofensa.

Tão mais fácil apenas mirar a vida e deixá-la passar. Fechar os olhos à crueldade do mundo dos homens e engolir sob as pálpebras que também eu faço parte dessa horda.

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