SEM O OLHAR

De que serve a melhor máscara se por detrás não há rosto que a encha?
Se para além da cerâmica branca e polida se encontra o espaço que devería ser iluminado pelo olhar que faísca sob o mistério de se esconder a mais o rosto todo o sal que condimenta a intenção de se oferecer esse gesto breve e intenso de pestanejar num sim e cerrar no nunca?
Que importa a beleza da mascarilha se as lágrimas se vertem noutros segredos e noutros cantos e até o cantor se esquece da ária?

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